Descrita como uma povoação airosa, Cortiçada situa-se entre as Serras da Lapa e do Pisco, contendo uma originalidade rural, caraterizada pelas ruas estreitas, casas pintadas com reboco e pelo cinzento-escuro das originais construções em granito.
Esta freguesia foi sempre do termo de Aguiar da Beira, tendo ainda pertencido à comarca de Linhares e à Casa do Infantado onde permaneceu até à extinção desta. Há quem, erradamente, lhe atribua os forais que D. Sancho II outorgou à Cortiçada (a vila de Proença a Nova, que antigamente se chamava Cortiçada), em 26 de setembro de 1242.
Podemos contemplar entre outras edificações religiosas a Igreja Matriz da Cortiçada, edificada durante o século XVII e inserida na malha habitacional da Aldeia, com caraterísticas arquitetónicas neoclássicas e barrocas, e alberga o Divino Espírito Santo, seu orago. Também, a Capela de Santa Bárbara, de criação setecentista é de planta longitudinal simples e de espaço único, antecedido por um alpendre aberto. Na anexa Cavaca encontra-se, igualmente uma capela setecentista composta por nave e capela-mor, que acolhe Santo Amaro.
Destaca-se nesta freguesia o Complexo das Termas das Caldas da Cavaca, situado no vale do Rio Coja-afluente do Dão, a cerca de 3 km da sede do concelho. A sua nascente de água hipossalina sulfurosa, bicarbonatada sódica, é tradicionalmente usada e recomendada no tratamento de doenças dos aparelhos respiratório e digestivo, reumáticos e músculo-esqueléticas. No lugar das Caldas da Cavaca, podemos ainda, contemplar a Capela de Nossa Senhora dos Remédios, provavelmente edificada na década de 50 do século XX, por iniciativa do grande impulsionador do centro termal, Fernando da Silva Laires.